terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Negação.


Não sou poeta.
Não sou filosofo.
Não sou o porto seguro de ninguém.
Sou estrela cadente
Sou a ausência no teu silencio.

sábado, 8 de dezembro de 2012

Vida.

Por devaneio, voltei naquele poço de esperanças palavreadas e não pude impedir que pequenos sorrisos surgissem no meu rosto ao ler aquele texto novamente. E deu vontade de voltar, apenas para dar uma olhada da  plateia e rir ou chorar novamente, conforme a cena. Não ser mais aquele que faz cena principal de uma história recontada em textos e lágrimas. Deu vontade e como toda vontade trouxe o medo novamente. O que é observar a si mesmo em terceira pessoa?  O que é observar o universo sem amar?






quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Do que não deu certo.

É de certa forma estranho. É como se você encontrasse o passado naquela última esquina que entrou e simplesmente não percebeu. Continua andando e pisa em algo que ambos gostavam de chamar de planos, pois eram assim que se viam.
Aí vêm aquela monotonia d'um filme de 90 minutos.
Então percebe que não terá dois filhos;
que não terá um jardim;
ou talvez uma cozinha espaçosa.
E lembra também que não terá ninguém te esperando pra ouvir tuas histórias do hospital, ou da sala de aula, quem sabe... Percebe que não terá quase ninguém pra te apoiar quando chegar o período de faculdade.
Mas, além de cruzar com o passado e pisar acidentalmente naquilo que eram planos, nota-se que ainda há algo dentro de você.
Essas são as ironias da vida.
E aí está a maior ironia da vida.
Ela mesma.

     
     

sábado, 3 de novembro de 2012

Aos vagalumes e a borboleta que vive em meu quarto.

O que está aqui deveria ser algo impressionante, mas as palavras não saem mais...

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Tempo errantes.

      Subitamente hoje, achei que cairia em teus braços e entraria num desespero eterno. Surgiu, talvez, dentro d'uma conversa paralela aqui e outra ali. Nada mais sei que veio e resolveu ficar.
     Se é saudade, não sei. Em outrora poderia ser até algo mais concreto. Se é poesia morta,  imagino-a talvez. Sinto um requintado gosto de passado.
      São Tempos errantes em que teu abraço faz falta e minha existencia é nula diante de ti. Tempos errantes que nos transformaram em enormes ignorante da própria imagem e ridiculamente um em relação ao outro.
      Se estou morto, creio que meus fragmentos ainda lembram de você, mesmo teu rosto estando perdido em alguma passagem do tempo. Surgem então essa palavra que me dá medo e o futuro me dá medo e olhar para mim mesmo dá medo, pois era pra ser mais do que isso.
      Teus olhos continuam os mesmos, minha criança....    M.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Palavras de um ser morto, porém vivo.

      Se Machado de Assis começa teu livro com a dedicatória " Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembranças estas Memórias Póstumas" quem sou eu de fazer diferente, porém ainda vivo, talvez.
     Começo dizendo que já devo ter morrido para muitas pessoas e portanto não posso contar nos dedos. Sou vã morto apenas por irônia do destino... E do tempo. Ah, que traíra esse tempo. Admiti minha morte quando partiu rua a dentro sem olhar nos meus olhos. Morto pra você. Morto pra sempre.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Últimas palavras de um caderno secreto

      Foi-se da forma que as de antes. O melhor é que eu já esperava por isso. Sabe, anjo, eu não estava mais naquela nossa casa e aquele meu mundo perfeito já havia deixado de ser perfeito desde o momento que abri mão de mim mesmo. Nunca o abandonei completamente e talvez ele tenha sido tão meu pra suprir toda essa carência. Ele foi meu, ele foi seu, ele foi nosso até o momento de não ser de mais ninguém.
      Pergunto-me, principalmente, no que você se transformou. Veja, Anjo, amor nunca morre mesmo você indo pra sempre. Hoje, digo adeus da mesma forma que tu. Terminou de forma inocente e com aquele típico abraço incompleto. O único que não deixou aquela vontade de querer voltar.
      Vai, anjo e voa pra onde tu quiser. Que as noites estreladas por onde passar acolham-te bem.

      Adeus.

sábado, 15 de setembro de 2012

Carta para N.

Talvez ele não saiba que eu estou aqui, mas faz bem olhar pra ele. Cá estou mais uma vez criando um mundo sem pretensão. Cá estou eu acho lindo e magnífico - mais uma vez - a forma com que ele me olha quando eu digo que preciso falar com ele e sorri. Oh, como queria que soubesse que amo ficar te olhando passar e aquele sorriso tímido que me dá quando nos cumprimentamos naqueles corredores. Ei, olha pra mim que eu estarei olhando pra você, ok? Olhe pra quem quer cuidar de você, mesmo não tendo a menor ideia de que seja eu.

<3 N.

domingo, 9 de setembro de 2012


"E foi assim que eu criei outro mundo,
Um que fosse só nosso, esperando tu chegar.
Que não houvesse nada além de nós.
És a casa mais linda que construí.
Forte, resistente, parte de mim.
É a música que bate forte, que acelera o coração.
Daquelas que faz a gente cantar junto,
Que faz você mais feliz,
Que te mostra quão perto está o verão,
Mesmo tendo que passar pelo inverno."

sábado, 25 de agosto de 2012

We are young...

"Give me a second I
I need to get my story straight
My friends are in the bathroom
Getting higher than the empire state
My lover she's waiting for me
Just across the bar
My seats been taken by some sunglasses
Asking 'bout a scar
And I know I gave it to you months ago
I know you're trying to forget
But between the drinks and subtle things
The holes in my apologies
You know I'm trying hard to take it back
So if by the time the bar closes
And you feel like falling down
I'll carry you home"


sábado, 18 de agosto de 2012

Sem Título





"Look at the stars,
Look how they shine for you,
And everything you do,
Yeah, they were all yellow"





quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Encoste tua cabeça em meu peito
E deixe a noite passar, Estrela.
Deposite ali tudo o que não te deixa brilhar,
E siga comigo pela escuridão da noite.

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Amo-te

Veio de forma tão sutil, suave. Implantou-se determinando teu espaço. Continue aí, estrela. Vou pedir para que essa noite nunca acabe. Traga-me o conforto do teu abraço e da tua voz e pedirei ao Tempo mais horas - além do dia - para estar ao teu lado. Estou deitado na grama de um parque qualquer e tu brilha para mim de forma única. Pode ver o meu sorriso? Oh, queria eu ter o poder de te levar comigo sempre. Estar contigo sempre. Sentir-me sempre mais do que sou.

Luíz. <3

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

    Eles dizem que somos loucos.
    





Eles ainda não viram nada.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Estrelinha.

Estrelinha d'um céu de inverno.
Estrelinha dos meus sonhos profanos.
Estrelinha que parece até brilhar de dia...
Amo-te. <3

sábado, 28 de julho de 2012

Palavras secretas de um caderno 2.

    Perceba que não estou mais aqui, Anjo. Tirei aquela chave que deixava debaixo do tapete e tranquei a porta dos fundos, pois a ventania está muito forte.
    Veja essa paz que se instaurou por aqui. Vesti uma palavra bonita e percebi que a flores do jardim já cresceram enquanto saí para ver quem passava pela rua. A noite, finalmente, está agradável. E não estou na janela.

Fragmento de algo importante

Ela tem cheiro de fraternidade, daquelas que rimos só de pensar.
Tem cheiro de família; de duas pessoas.
Tem cheiro de tempestade de verão, de 11 de fevereiro.
De bilhetinho que guardo na carteira;
de um mundo inteiro...

domingo, 8 de julho de 2012

Para alguém.


Away

- O que fazes aqui, criança?

-Não sei. Apenas senti vontade de voltar. Posso?

-Claro que pode. Tu conheces aqui melhor do que eu. Sente-se, vou ali na cozinha fazer o café que tu tanto gosta.

-Obrigado. Vim aqui somente para saber como você está. Há tempos que tenho adiado vir aqui. Conte-me as novidades.

-Nada. Você sabe da minha realidade, você a criou. Continuo trabalhando, continuo com a mesma realidade de antes; até onde você colocou aquele ponto, lembra?

-Sim, Edgar. Eu lembro. E, de certo modo, peço desculpas.

-Então, por que você veio aqui? Sirva-se.

-Senti falta... Só isso.

-Hum. Te conheço, criança. Sinto em sua voz que tem um tom de despedida.

-Sinto que você pode ter razão.

-Mas por quê? Explique-me.

-Não posso explicar; ou talvez eu não consiga. Mas prometo-lhe que um dia desenterrarei aqueles rascunhos de sua história.

-Oh, criança... Sei que partirás. Não sei quando nos veremos novamente, mas...

-Mas que esse abraço que eu deixo aqui agora sirva para te fazer um pouco mais feliz enquanto eu não estiver aqui.

-Ok, criança. Dê-me um abraço e siga com o vento para onde queira ir. Estou dentro de ti, tu sabes.

-É, eu sei. Tomarei este café e partirei sem rumo; até  que esteja suficientemente fragmentado para não mais existir.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Sem Título

"Desfigura-me a face
E me torna quem tu és.
Me transforma em algo melhor, Arthur.
Mas peço que deixe-me gritar pela última vez,
Aquelas mudas palavras de Amor que sempre foram dele.
Carregue-me pela madrugada fria e
Me aqueça em teu peito.
Faça o que for preciso,
Mas não me deixe sozinho."

terça-feira, 3 de julho de 2012

Triste estrela.

  Mas que um dia eles souberam que existiu. E brilhou na tua proporção. E trouxe sorrisos a quem precisou. Abraços há quem um dia foi necessário acolher. Triste estrela de brilho apagado, como o céu sentirá a tua falta. Como as noites que se seguiram após teu brilho se extinguir foram vazias. Como cada lágrima de um poeta suburbano pôde fazer sentido? Oh, minha querida. Eu não sei, pois me apago junto a ti. Pois sou a brecha do tempo que não tem razão para ocorrer. Que não existe e nem vigora. Nem se fragmenta em palavras tristes.

domingo, 1 de julho de 2012

Esperar - Parte 5

     Peço desculpas por contar - de forma tão rápida - a minha história. Não sou muito poético. Minha triste vida me ensinou a encontrar um alento nas palavras, como se elas pudessem me acalmar por um tempo. As palavras não vêm. Não consigo compreendê-las e elas não aliviam minha alma como antes. O cenário é triste. Minha mãe está morrendo de depressão a cada dia que passa e a única coisa que eu quero fazer é fugir. Pensei de todas as maneiras continuar ali, mas não quero estar por perto quando a bomba explodir. Peguei minhas chaves e fui ao café que ficava a poucas quadras da minha casa para raciocinar um pouco. Sentei numa daquelas mesas que a vista fica em direção a rua para ver se conseguia me distrair.
     Digo de passagem que a atendente que anotou meu pedido era uma garota jovem e muito educada. Cativou certa simpatia de minha parte. Enquanto meu pedido não chegava fiquei observando os carros passando por ali. Loucos. Por que o ser humano consegue ser tão idiota? Fui me perdendo nessa linha de pensamento o que fez com que eu não percebesse que uma mulher havia sentado na minha mesa.
- Olá, Arthur! Lembra-se de mim?
- Somente de passagem, não é mesmo? Tu é aquela garota do colégio que sempre via pegando o metrô sozinha.
- Sim, sou eu. Te vi por aqui sozinho e espero não incomodar se eu tomar uma café contigo.
- Claro que não - disse sorrindo.
     Amanda era praticamente uma mulher formada, apesar de seus 17 anos e eu com 20. Já fazia algum tempo que havia terminado o Ensino médio e nem acreditei que era ela mesma. Ruiva de seios fartos, alta e com um olhar hipnotizante. Passamos algumas horas ali conversando sobre bobagens e comentando de pessoas alheias, até ela me convidar para terminar aquela conversa no apartamento dela com uma garrafa de vinho safra 2007, italiano. Ao chegarmos lá, Amanda foi tão direta quanto uma pessoa normal poderia ser. Retirou a garrafa da minha mão e me jogou na parede. Digo com um pouco de vergonha que tudo o que se pode imaginar aconteceu entre a cozinha e a sala e de certo modo acordamos no quarto. 
     Os primeiros raios de sol iam aparecendo quando acordei. A garrafa de vinho estava lacrada em cima da mesa da cozinha. Agora eu já sabia o que deveria ser feito. Peguei minhas roupas e saí, sem nem ao menos deixar um bilhete a ela. Amanda seria a namorada perfeita se eu não fosse embora daquela forma. Peço perdão.
     Fui para o apartamento em que morava com a minha mãe. Mais uma vez ela estava jogada no sofá da sala dopada. Fui ao meu quarto, peguei uma caneta e uma folha de papel. Como despedida escrevi as seguintes palavras:


" Querida mãe,
Peço que não chore, não se desespere e nem procure por mim ao ler isso. Peço também sua compreensão, pois estou indo embora de casa para procurar um sentido para minha vida. Procurarei uma faculdade longe daqui, mas sempre manterei contato. 

Do seu filho, Arthur."


     Doeu muito, mas foi necessário. Logo após segui para o quarto e arrumei uma mochila. Não sabia pra onde estaria indo, mas poderia ser qualquer lugar que houvesse um aeroporto. O simples fato de não permanecer ali já me aliviava um pouco. Me joguei no mundo para esquecer de mim. Pelo menos por um tempo. Nesse momento encontro-me no alto de um prédio procurando, quem sabe, um ponto final para empregar por aqui.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

"Vai seguir os teus sonhos, mesmo que tenha que sair de São Paulo." - disse ele.

     Às vezes eu acho que não sou capaz de entender porque a terra gira nem porque estamos aqui. Eu já fiz milhares e milhares de planos que não fazem o menor sentido na visão de algumas pessoas, mas que na minha brilhava como raios de sol. Eu tenho medo do futuro. Tenho medo porque não consigo colocá-lo sob o meu controle, pois perdi a capacidade de organizá-lo.
     Ele me disse que não temos nada aqui. A não ser que seja para aproveitar os museus. O mundo é muito maior lá fora. Naquele momento em que estavámos no corredor batendo um papo de amigos, abaixei a cabeça e percebi que ele tem razão. Razão é outra palavra que me assusta quando cruzo com ela. Enfim, agora não sei muito bem o que fazer. Não tenho mais a mesma facilidade de expressar tudo o que era necessário em palavras e o peito vai ficando carregado. Não sei mais o que há lá na frente para se fazer. Não sei de mais nada.



sexta-feira, 22 de junho de 2012

Esperar - Parte 4

"E eu, numa rasteira do tempo, nunca pensei que fosse um dia chegar a esse ponto. Ultimamente tenho andando estranho, mas isso é mais uma outra parte da minha vida que não interessa contar-lhes agora."

Sou uma falha do tempo,

    Hoje, desligarei meu celular para que ninguém me encontre. As responsabilidades são sufocantes e impassíveis dependendo do modo em que elas chegam. Estou fugindo para não cruzar comigo mesmo pela rua ou com quem quer que seja. Não preciso de espaço para respirar. Não reconheço mais aqueles olhares. Sou uma falha do tempo, que só existe naquele mesmo lugar. 

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Casulo de vidro.

   E há tantas coisas que penso em dizer...

terça-feira, 19 de junho de 2012

Esperar - Parte 3


Mais uma vez estou chorando ao te contar esses fatos. É sempre ouvindo uma música aqui, outra ali ou talvez aquele CD que você tenha deixado de lado há muito tempo. Fingimos que crescemos. Fingimos que somos inteiros o tempo todo e falsificamos muitos sorrisos ao ponto deles soarem naturais. Eu não gosto deles, mas é necessário. Um fato: A realidade é insuportável. A partir daqui tudo é muito confuso. Até pra mim. Pode ser que eu tenha apagado por vontade própria, para não sofrer. E os avisos chagavam... Lentamente, mas chegavam.
Foi no dia 18 de maio. Eu estava chegando da escola quando vi toda a família da minha mãe em nossa sala de estar. Já era independente o suficiente para ir e voltar do colégio sozinho, o qual não era muito longe. Já estava no final da 8º série. Quando apareci na porta do apartamento que se mantém aberta, todos repararam minha presença. A tristeza que sai por aquela porta formava um rastro negro pelo corredor. Minha mãe era a que mais chorava e quando me avistou derramou-se mais ainda. Eu não sabia o que estava acontecendo. Talvez não quisesse saber. Fato é que pouco depois ouvi aquelas palavras que já havia participado da minha infância. Mais alguém morreu. E foi alguém mais importante do que Amélia. 
Minha mãe não reconhecia que eu crescera demais de um tempo para o outro e contou-me em meio a lágrimas que meu pai havia falecido e agora estava em um lugar melhor. Nunca vi minha mãe chorar tanto como naquele dia. De uma hora para outra, enquanto trabalhava, disse aos colegas que estava com sono e abaixou a cabeça não levantando mais. Carlos, meu pai, tinha 52 anos quando ocorreu tal fatalidade. Simplesmente não disse nada. Não expressei nada. Apenas segui para o quarto e lá fiquei até que todos fossem embora, chorando baixinho quase que imperceptível.
Não sei ao certo, mas considero que foi a partir daí que as coisas começaram a desandar. Num piscar de olhos, os dias se passaram até que eu estivesse pronto para voltar para o colégio. E então eu voltei. O clima gélido do lugar me incomodava mais do que a falta do meu pai. Todos aqueles olhares de preocupação me enfureciam. O máximo que fazia era abaixar a cabeça e seguir sozinho, até encontrar Jonny. E foi a amizade dele que me ajudou muito. Depois desses fatos, Marcos se afastou consideravelmente de mim e de Jonny, pois achava que não seria legal para sua fama na escola estar ali conosco. Isso contribuirá demais quando ele chegasse ao Ensino Médio.
Posso dizer que a ausência dele perto de mim me machucou consideravelmente, mas foi melhor assim.  

sábado, 16 de junho de 2012

Esperar. Parte 2

    Depois de todos os tramites que se sucederam após a morte de Amélia, a vida seguia seu rumo da mesma forma que era antes. A única diferença era que eu estava sozinho, literalmente sozinho. Minha ligação com ela era muito forte e agora não tinha mais ninguém que eu conseguisse conversar. 
    Passaram-se alguns longos anos até eu chegar na 8ª série. Foi um terror pra eu ter que mudar de colégio. Sei que havia dito que não falava com ninguém e que isso era recíproco, mas sabe quando você se sente melhor com estranhos que já conhece do que com outros que você nunca viu? E outra, por que falar desse momento da minha vida? E então eu respondo para você: Foi quando eu conheci o amor da vida. Não foi da forma que os livros contam e é óbvio que não sabia quem ele seria. Eis mais um fato, não sabia que seria Ele. 
    Continuava no turno da manhã e como era colégio novo minha mãe foi me levar nos primeiros dias. Era sempre na hora da entrada. Eu o via sentado perto do chafariz sozinho. Chamava-me a atenção e apesar de ter 15 anos não definia aquilo como paixão. Formigava-me a barriga e nem ao menos compreendia o que meu coração queria me dizer. Ah seu eu tivesse ido até lá, nem que fosse para dizer um oi. Não que isso importe, mas o nome dele era Marcos. 
    Era tudo mais novo do que deveria ser. E isso me incomodava demais e ainda sentia a morte de Amélia em minhas costas. Peço permissão para pular algumas partes das minhas vivências. Poderia citar agora que Marcos se tornará alguém muito mais do que importante alguns meses mais tarde. Mas ainda não é o momento de falar disso, pois fiz algumas amizades nessa época. A mais importante entre todas as outras foi a do Jonny. Ele era o meu colega de sala. Pessoa muito inteligente, mas não fazia muito esforço para aprender. Por favor, quando digo que a amizade dele foi a mais importante não significa que a dele foi à única e pra ser sincero, não lembro como ficamos tão amigos. 
    O dia mais incrível da minha vida foi depois da escola, quando combinamos de sair juntos. Estavam eu, Jonny, Cassie e Marcos. Indiretamente aceitei sair com esse pessoal apenas para saber mais sobre o Marcos. Nunca o via falar com muitas pessoas e o enigma que sentia emanar dele me intrigava demais. Foi numa tarde de quinta-feira e estávamos numa biblioteca ali perto do colégio. Jonny me lançou um olhar de quem iria desaparecer por um tempo. Logo entendi e dei um toque em Marcos. O mais engraçado - e que fiquei sabendo só um tempo depois - é que Jonny havia chamado Marcos, pois percebera o meu interesse nele. Fomos andando pelas prateleiras e eu nem ao menos sabia o que perguntar para ele. Sou totalmente sem assunto quando a questão é ficar com alguém. Era o corredor dos livros de biologia. O mais isolado de todos ali dentro. Numa pequena fração de segundos ele estava ao meu lado. Na outra passava a mão pela minha cintura encostando-me num cantinho. Marcos era mais velho, mais alto e muito mais gostoso do que eu. Senti mais do que um prazer emocional. Senti um prazer sexual quando sua boca passou pelo meu pescoço. Passamos um tempo maravilhoso ali e aquela era a minha primeira experiência. 
    Depois de um longo tempo, Marcos não fez nada e não disse nada. Apenas segurou minha mão e fomos para a portaria esperar Jonny e Cassie. Ele tinha o sorriso mais lindo e um puro olhar penetrante e o silêncio que se perdurou por mais algum tempo foi a coisa mais linda pra mim. O olhar de surpresa de Jonny não foi tão impressionante como acreditava que seria. 
   Posso adivinhar o que você está pensando? Não. Não posso, pois irá interpretar de uma forma diferente do que deveria. Peço desculpas por omitir alguns detalhes que você me agradeceria se eu contasse. Ficaria mais fácil para entender, mas creio que já teve uma pessoa em sua vida que fez sentir o mesmo que Marcos fez comigo.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Esperar. Parte 1

    Daqui algum tempo tenho certeza que tudo será diferente. Meu nome é Arthur e hoje peço permissão para contar um pouco da minha história.
    Bem, eu queria começar pelo meu melhor amigo recém comprado. Apresento Jubinha, uma hamister branca que minha mãe comprou para substituir o Joca que era igual a ela, exceto pelo fato dele ser preto. Lembro-me de não ter dito nada em relação a isso, pois reconhecia os esforços dos meus pais para me agradar naquele dia. Minha mãe era reitora de medicina de um hospital muito importante da cidade e confesso-lhe que não sabia o que isso significava. Com certeza era algo muito importante pelo nível de vida que levávamos.
    Desculpe, esqueci de dizer que nesse dia era meu aniversário de 13 anos. Não foi um dia muito feliz porque odiava festas. Alias, ainda odeio. Meus pais chamaram quase que o colégio inteiro. Eram apenas colegas que pouco falava e outros que nem sabiam quem eram. Pouco dei importância para isso, pois a única pessoa que fiz questão de chamar foi minha professora de língua portuguesa. Era uma moça tão jovem e eu gostava muito dela. Alguns anos mais tarde ela iria me ajudar muito e fico triste de lembrar que recentemente compareci a uma data trágica. Em minha mente permanece a imagem dela do 6º ano. Amélia, tinha 21 quando deu aula para minha classe. 
    A festa durou mais tempo do que eu poderia imaginar e fiquei perto de Amélia o quanto pude. Não tinha amigos e ela era a maior referência que possuía. Ingenuidade era tudo o que me pertencia naquela época. Digo assim porque nunca tive fortes referências paternais em casa. Já era noite quando os convidados foram aos pucos indo embora. Uma das últimas pessoas a saírem foi Amélia. Ela se despediu de meus pais e depois de mim. Deu-me um dos melhores abraços que já havia recebido. 
- Até amanhã, Athur. Durma bem meu querido e muitas felicidades. 
- Obrigado, professora Amélia. - Dei um sorriso de tristeza por ela estar indo embora. Percebam como eu era "formal".
    Com toda formalidade de adultos que lhe cabiam, meus pais de despediram dela e a acompanhamos até o elevador. Na manhã seguinte, foi para o colégio. Quando cheguei, toda minha classe havia sido conduzida para o anfiteatro, onde cabia bem umas 3 salas inteiras. Todos mantinham uma aparência triste e ninguém se deu a me explicar de imediato. Foi então que, quando todos estavam sentados lá, surgiu a diretora e disse as seguintes palavras que aqui consigo reproduzi-las exatamente como foi pronunciadas naquela manhã fria de inverno: "Caros alunos, informo a todos que nos próximos 3 dias há escola estará fechada em respeito a morte da nossa querida professora Amélia." Falsa, é a única coisa que tenho a dizer daquela diretora. Ninguém naquele maldito colégio gostava dela, pois era Amélia que a enfrentava para defender os direitos dos alunos. Os pais foram chamados e a situação lhe foram explicadas. Eu estava do lado de fora da sala da diretora e pude ouvir claramente a conversa dela com meus pais. 
    Sua morte se deu depois de ser assaltada algumas horas depois de sair da minha festa. Apesar de ser professora de um colégio particular não tinha um carro. Ainda estava concluindo sua faculdade. Iria voltar para sua casa de ônibus e foi nesse momento que a pegaram. Foi a susto que a levou. Apesar de jovem seu coração não conseguiu resistir e depois de horas no hospital faleceu por parada cardio-respiratória. Jeito idiota de se morrer quando se é jovem. Isso me fez sentir muito culpado na época. Talvez se ela nunca tivesse aparecido em minha casa estaria viva.
    Minha história daqui pra frente não parecerá muito feliz. Amélia  foi a primeira de sucessivos acontecimentos. Quando se é criança, essa poderia ter sido a minha maior perda depois do Joca. E não foi, não estava nem perto de ser.

sábado, 2 de junho de 2012

Ah, se tu soubesse...

Onde estão todas aquelas cartas que não foram enviadas,
Onde estão todas aquelas palavras que não foram ditas,
Onde eu estou...


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Madrugada.


    Em uma pequena folha amassada escreveu seus pensamentos. Palavras dignas de fazerem até os olhos de Werther lacrimejarem. Olhou como se importasse e Guardou-a em sua caixa. Pode ver seu amigo sentado ao seu lado enquanto dava um gole em seu café. Ambos sorriram e ele fechou seus olhos em sinal de desistência.
   Era apenas mais uma noite amarga.

domingo, 27 de maio de 2012

Eternidade.




Num pequeno instante quis ultrapassar as nuvens.
Seguiu o ritmo do vento,
Fugir, voar...
E talvez tenha conseguido,
nem que fosse por alguns poucos minutos
ser parte de tudo aquilo.




quinta-feira, 24 de maio de 2012

E como tudo, sempre temos nossas exceções.


     "Quando criança tinha o desejo de me tornar adulto, por entender que eles eram felizes, porque eles podiam dirigir, beber, sair para boates, namorar...
     Mera ilusão de um pequeno cidadão que não entendia que a vida quando a gente cresce, a fantasia perde espaço para as preocupações, deixa de existir aquele mundo onde se resumia a brincar, sonhar...
     O espaço da diversão da lugar para um mundo traiçoeiro cheios de perigos, um mundo onde confiar perde o sentido a cada minuto, um mundo onde a traição, a inveja, mentira, ganância, ódio, vingança, sobrepõem a magia da amizade, do amor, da solidariedade, da união.
     Ser adulto é enxergar com outros olhos um mesmo mundo, infelizmente não tão bonito como aquele onde vivia há 10 anos atrás."



Cesar Sales.
    

domingo, 20 de maio de 2012

Exílio.

De algum modo, eu sei. Tenho que partir para um lugar esmo, longe o suficiente para que ninguém me encontre. Desaparecerei por enquanto. Sair e jogar algumas coisas fora. Procurar um cantinho novo para viver e talvez, escrever. A viajem é longa e não deixarei minha localização. É necessário respirar... Organizar em caixas.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

O fragmento João.

Quem é você? 
    Sinto que não posso mais fazer essa pergunta, pois já sei a resposta. Algumas palavras não surgem quando deveriam, mas se alguma vez algo que fiz te magoou, desculpa. De todas aquelas vezes que chego sem falar nada é porque o mundo me sufoca. As lembranças, o passado, o futuro... algumas coisas que você ainda não sabe. Na minha visão, cada pessoa compõe um pequeno fragmento na vida de outra. Você faz parte da minha, você é um fragmento meu.
    Você é aquela pessoa em que podemos nos apoiar. Que sabe quando deve abrir espaço para alguém respirar, que se preocupa, mesmo que seja em silencio ou apenas com um olhar. Obrigado por não acreditar em meus sorrisos secos.
    E sobre mim, são se preocupe. O vento é forte, eu sei. Os pensamentos também, mas é só questão de organizar. Em caixas vermelhas. Dobrá-los aos poucos com cuidado por serem tão frágeis, porém os mais puros. Transbordar de vez em quando faz-me aliviar. 
    Muito do que eu digo não faz o menor sentido. Pelo menos até então. Acredito que pra tudo na vida temos um motivo, pra continuar. Eu pude ver um pouco além disso. E sei que você também já viu. E se viu, entenderá facilmente o porquê estou ali. Eu tenho muitas histórias para contar.
     Basicamente é isso. Pelo menos nesse instante.





domingo, 13 de maio de 2012

Sobre Ana Carolina, você, lágrimas e um pouco mais.


    E em todos os momentos em que eu pude te ver, consegui. Em todas aquelas músicas, que ela fazia o mundo girar em torno de si tocando sua guitarra bravamente, você estava ali. Joguei todas as palavras que estavam dentro de mim, esvaziei meu peito cantando o mais alto que podia... Dei vários e vários socos em determinadas memórias que ali não deveria estar, as quais me atingiam com uma força tremenda. E eu chorei. Chorei por não aguentar carregar tudo isso dentro de mim. Chorei por não ser capaz de te esquecer. Chorei por não considerar-me o suficiente para qualquer um. Todos esses fragmentos doem. Mas você fez com que minha alma se elevasse a felicidade. Obrigado Ana.



Tive todas minhas certeza e incertezas,
Todas minhas ideias e planos 

Tudo e nada em minhas mãos.
Eram sólidos e tão líquidos
Impossível de se segurar.
Mas eu sei que estava lá,
Continuava dentro de mim como da primeira vez,
E por mais que eu gritasse ao compasso daquelas notas.
Eu tentei...
Voltar a ser aquele que era.”




sábado, 12 de maio de 2012

...


30 days letter project - Day 5: Your dreams


    Tecnicamente, felicidade não é um sonho. Ou se tem propriamente dita ou em fragmentos, talvez. O fato é que todos têm um pouquinho dela, seja da forma que for e de quem for. Por isso, não a citarei.
    Sonhos são extremamente maleáveis. Moldam-se conforme o tempo, moldam-se conforme as palavras que são ditas. A palavra suja mancha qualquer sonho. Tento sempre manter os meus guardados em uma caixa. Caixa Vermelha, pois eu gosto delas.
    Meus sonhos se moldaram assim: solitário. Impossível não citar que meus sonhos foram influenciados pelos meus pais, apesar de ausentes. Neste momento da minha vida, sonho no dia em que estarei formado em enfermagem, com especialização em Centro Cirúrgico. Medicina não é viável financeiramente. Já até pensei na ideia de seguir como comissário de bordo, mas não me encaixo nos estereótipos dessa profissão. Desmanchou dentro da caixa. Os que se mantêm intactos são os que estão ligados a área hospitalar. Assim me sinto bem.
     Sonho em viajar para um lugar distante, onde ninguém possa me encontrar. Já sonhei em viajar para Portugal com alguém importante para mim. Esse foi desaparecendo aos poucos na caixa, ficou sujo por causa das palavras.
   Os sonhos vieram e são criados a medida que amadureço. Os planos também. Alguns sumiram, outros desmancharam, outros nem sequer chegaram a ser alguma coisa. Mas todos continuam aqui, como o amor pela bela Carlota de Werther. Continuam ávidos para ser tornarem reais. Há sonhos que não cabe a eu descrever aqui, pois são muito sensíveis e que não é necessário ninguém saber.


“- Já percebeu que ninguém nunca sabe tudo sobre o outro, por mais que conheça o fundo da tua alma?” 

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Sobre não saber o que sou.


Mas um dia eu acreditei, quis acreditar. E ela também acreditou. E conseguiu. Queria poder ser alguém melhor...  por ela. Pude ver tudo o que não queria. Tive momentos que não sei mais o que são. Eu pude ver todos aqueles planos se desfazendo aos montes sem que eu pudesse fazer nada além de expressar um sorriso. E mais uma vez, não dormi. Há milhares de palavras que não saem de mim, há milhares de pensamentos e ideias que não deixam minha alma em paz. Não consigo desligar-me. 


"Eu pude ver o sol desaparecer do seu rosto, dos seus olhos, da sua vida."

terça-feira, 1 de maio de 2012

Talvez meu erro seja pensar demais [...]

quinta-feira, 26 de abril de 2012

"A morte de Lindóia"


[...]
Os olhos, em que Amor reinava, um dia,
Cheios de morte; e muda aquela língua,
Que ao surdo vento, e aos ecos tantas vezes
Contou a larga história de seus males.
Nos olhos Caitutu não sofre o pranto,
E rompe em profundíssimos suspiros,
Lendo na testa da fronteira gruta
De sua mão já trêmula gravado
O alheio crime, e a voluntária morte.
E por todas as partes repetido
O suspirado nome de Cacambo.
Inda conserva o pálido semblante
Um não sei quê de magoado, e triste,
Que os corações mais duros enternece.
Tanto era bela no seu rosto a morte!


Basilio da Gama

segunda-feira, 23 de abril de 2012

“Levantem as barreiras. Montem as defesas para uma nova guerra consigo mesmo.”


Um nome. Uma situação. Os atores em cena. Fecha os olhos e volta.
Não sou nada nesta peça. Mas o fato de estar na primeira fila me machuca.
Passagem do Tempo. O quão horrível ele pode ser isso?
O quão dolorido é estar sozinho quando o mundo te sufoca?
Dói menos do que ter a coragem de deixar de ser como é...

Mas... deixa o verão pra mais tarde.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Receita pra lavar palavra suja - Viviane Mosé


Será que você lembra?


Letras feitas de papel que estão guardadas até hoje, que um dia já significou o mundo, sendo assim, mais uma recordação. 

16 de abril de 2012, de madrugada.


      Passamos tanto tempo da nossa vida procurando o amor como se fosse algo essencial para dar continuidade a essa vida profana que levamos. Somos tão passionais a uma situação de amor que nos perdemos dos fatos, pois entramos em contradição quando dizemos que fazemos o uso da razão. Não conseguimos compreender o que é ser racional quando o sorriso de uma pessoa te faz tremer as pernas como se fosse uma criança.
     Ultimamente tenho idealizado que o amor fosse acontecer como na maioria dos filmes que assistimos e choramos no final: Duas pessoas se olham, sorriem uma para a outra e assim começa toda uma história que não fará o menor sentido no começo, mas terminará como mais uma história clichê de amor. Acho que deve ser por isso que nunca dá certo comigo. O máximo que acontece é o cara idiota (nesse caso, eu) se perdendo naquele sorriso esplêndido, fato que o destrói quando percebe que o anti-herói (no caso, ele) nota que está sendo observado e sorri mais ainda. :3
       Espero que ele nunca saiba que o seu sorriso inocente me faz arrepiar, mas que ao mesmo tempo me destrói por dentro. Que ele nunca saiba o quão sem graça é estar diante da tua visão e como caço o teu olhar quando está por perto, mesmo sendo o banheiro do 3º andar o local que mais nos encontramos. Que não seja para mim tão perfeito como Carlota foi para Wether.
      Idiota sou de querer ser o que jamais conseguirei ser, de observar-te a espera do próximo sorriso, para que assim seja permitido deliciar-me de suas ousadias. Experimentar ou aplicar o mesmo veneno, não significa que irá mudar de opinião sobre ele.

sábado, 14 de abril de 2012

Os fantasmas ainda passam por lá.


     E só o que ele queria era alguém que o escutasse para dividir aquelas dores, dividir aqueles pensamentos e suprimir de si mesmo. Correu por todos os lugares. Procurou todos da sua lista. Foi até o penúltimo. Aquele que se encontrara no final já estava riscado fazia algum tempo.

     E nada conseguiu, nada falou, apenas engoliu a seco mais uma vez...
Os fantasmas ainda passam por lá.