Tecnicamente,
felicidade não é um sonho. Ou se tem propriamente dita ou em fragmentos, talvez.
O fato é que todos têm um pouquinho dela, seja da forma que for e de quem for. Por
isso, não a citarei.
Sonhos
são extremamente maleáveis. Moldam-se conforme o tempo, moldam-se conforme as
palavras que são ditas. A palavra suja mancha qualquer sonho. Tento sempre
manter os meus guardados em uma caixa. Caixa Vermelha, pois eu gosto delas.
Meus
sonhos se moldaram assim: solitário. Impossível não citar que meus sonhos foram
influenciados pelos meus pais, apesar de ausentes. Neste momento da minha vida,
sonho no dia em que estarei formado em enfermagem, com especialização em Centro
Cirúrgico. Medicina não é viável financeiramente. Já até pensei na ideia de seguir
como comissário de bordo, mas não me encaixo nos estereótipos dessa profissão. Desmanchou
dentro da caixa. Os que se mantêm intactos são os que estão ligados a área hospitalar.
Assim me sinto bem.
Sonho
em viajar para um lugar distante, onde ninguém possa me encontrar. Já sonhei em
viajar para Portugal com alguém importante para mim. Esse foi desaparecendo aos
poucos na caixa, ficou sujo por causa das palavras.
Os sonhos
vieram e são criados a medida que amadureço. Os planos também. Alguns sumiram,
outros desmancharam, outros nem sequer chegaram a ser alguma coisa. Mas todos
continuam aqui, como o amor pela bela Carlota de Werther. Continuam ávidos para
ser tornarem reais. Há sonhos que não cabe a eu descrever aqui, pois são muito sensíveis
e que não é necessário ninguém saber.
“- Já percebeu que ninguém nunca sabe tudo sobre o
outro, por mais que conheça o fundo da tua alma?”