segunda-feira, 30 de julho de 2012

Estrelinha.

Estrelinha d'um céu de inverno.
Estrelinha dos meus sonhos profanos.
Estrelinha que parece até brilhar de dia...
Amo-te. <3

sábado, 28 de julho de 2012

Palavras secretas de um caderno 2.

    Perceba que não estou mais aqui, Anjo. Tirei aquela chave que deixava debaixo do tapete e tranquei a porta dos fundos, pois a ventania está muito forte.
    Veja essa paz que se instaurou por aqui. Vesti uma palavra bonita e percebi que a flores do jardim já cresceram enquanto saí para ver quem passava pela rua. A noite, finalmente, está agradável. E não estou na janela.

Fragmento de algo importante

Ela tem cheiro de fraternidade, daquelas que rimos só de pensar.
Tem cheiro de família; de duas pessoas.
Tem cheiro de tempestade de verão, de 11 de fevereiro.
De bilhetinho que guardo na carteira;
de um mundo inteiro...

domingo, 8 de julho de 2012

Para alguém.


Away

- O que fazes aqui, criança?

-Não sei. Apenas senti vontade de voltar. Posso?

-Claro que pode. Tu conheces aqui melhor do que eu. Sente-se, vou ali na cozinha fazer o café que tu tanto gosta.

-Obrigado. Vim aqui somente para saber como você está. Há tempos que tenho adiado vir aqui. Conte-me as novidades.

-Nada. Você sabe da minha realidade, você a criou. Continuo trabalhando, continuo com a mesma realidade de antes; até onde você colocou aquele ponto, lembra?

-Sim, Edgar. Eu lembro. E, de certo modo, peço desculpas.

-Então, por que você veio aqui? Sirva-se.

-Senti falta... Só isso.

-Hum. Te conheço, criança. Sinto em sua voz que tem um tom de despedida.

-Sinto que você pode ter razão.

-Mas por quê? Explique-me.

-Não posso explicar; ou talvez eu não consiga. Mas prometo-lhe que um dia desenterrarei aqueles rascunhos de sua história.

-Oh, criança... Sei que partirás. Não sei quando nos veremos novamente, mas...

-Mas que esse abraço que eu deixo aqui agora sirva para te fazer um pouco mais feliz enquanto eu não estiver aqui.

-Ok, criança. Dê-me um abraço e siga com o vento para onde queira ir. Estou dentro de ti, tu sabes.

-É, eu sei. Tomarei este café e partirei sem rumo; até  que esteja suficientemente fragmentado para não mais existir.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Sem Título

"Desfigura-me a face
E me torna quem tu és.
Me transforma em algo melhor, Arthur.
Mas peço que deixe-me gritar pela última vez,
Aquelas mudas palavras de Amor que sempre foram dele.
Carregue-me pela madrugada fria e
Me aqueça em teu peito.
Faça o que for preciso,
Mas não me deixe sozinho."

terça-feira, 3 de julho de 2012

Triste estrela.

  Mas que um dia eles souberam que existiu. E brilhou na tua proporção. E trouxe sorrisos a quem precisou. Abraços há quem um dia foi necessário acolher. Triste estrela de brilho apagado, como o céu sentirá a tua falta. Como as noites que se seguiram após teu brilho se extinguir foram vazias. Como cada lágrima de um poeta suburbano pôde fazer sentido? Oh, minha querida. Eu não sei, pois me apago junto a ti. Pois sou a brecha do tempo que não tem razão para ocorrer. Que não existe e nem vigora. Nem se fragmenta em palavras tristes.

domingo, 1 de julho de 2012

Esperar - Parte 5

     Peço desculpas por contar - de forma tão rápida - a minha história. Não sou muito poético. Minha triste vida me ensinou a encontrar um alento nas palavras, como se elas pudessem me acalmar por um tempo. As palavras não vêm. Não consigo compreendê-las e elas não aliviam minha alma como antes. O cenário é triste. Minha mãe está morrendo de depressão a cada dia que passa e a única coisa que eu quero fazer é fugir. Pensei de todas as maneiras continuar ali, mas não quero estar por perto quando a bomba explodir. Peguei minhas chaves e fui ao café que ficava a poucas quadras da minha casa para raciocinar um pouco. Sentei numa daquelas mesas que a vista fica em direção a rua para ver se conseguia me distrair.
     Digo de passagem que a atendente que anotou meu pedido era uma garota jovem e muito educada. Cativou certa simpatia de minha parte. Enquanto meu pedido não chegava fiquei observando os carros passando por ali. Loucos. Por que o ser humano consegue ser tão idiota? Fui me perdendo nessa linha de pensamento o que fez com que eu não percebesse que uma mulher havia sentado na minha mesa.
- Olá, Arthur! Lembra-se de mim?
- Somente de passagem, não é mesmo? Tu é aquela garota do colégio que sempre via pegando o metrô sozinha.
- Sim, sou eu. Te vi por aqui sozinho e espero não incomodar se eu tomar uma café contigo.
- Claro que não - disse sorrindo.
     Amanda era praticamente uma mulher formada, apesar de seus 17 anos e eu com 20. Já fazia algum tempo que havia terminado o Ensino médio e nem acreditei que era ela mesma. Ruiva de seios fartos, alta e com um olhar hipnotizante. Passamos algumas horas ali conversando sobre bobagens e comentando de pessoas alheias, até ela me convidar para terminar aquela conversa no apartamento dela com uma garrafa de vinho safra 2007, italiano. Ao chegarmos lá, Amanda foi tão direta quanto uma pessoa normal poderia ser. Retirou a garrafa da minha mão e me jogou na parede. Digo com um pouco de vergonha que tudo o que se pode imaginar aconteceu entre a cozinha e a sala e de certo modo acordamos no quarto. 
     Os primeiros raios de sol iam aparecendo quando acordei. A garrafa de vinho estava lacrada em cima da mesa da cozinha. Agora eu já sabia o que deveria ser feito. Peguei minhas roupas e saí, sem nem ao menos deixar um bilhete a ela. Amanda seria a namorada perfeita se eu não fosse embora daquela forma. Peço perdão.
     Fui para o apartamento em que morava com a minha mãe. Mais uma vez ela estava jogada no sofá da sala dopada. Fui ao meu quarto, peguei uma caneta e uma folha de papel. Como despedida escrevi as seguintes palavras:


" Querida mãe,
Peço que não chore, não se desespere e nem procure por mim ao ler isso. Peço também sua compreensão, pois estou indo embora de casa para procurar um sentido para minha vida. Procurarei uma faculdade longe daqui, mas sempre manterei contato. 

Do seu filho, Arthur."


     Doeu muito, mas foi necessário. Logo após segui para o quarto e arrumei uma mochila. Não sabia pra onde estaria indo, mas poderia ser qualquer lugar que houvesse um aeroporto. O simples fato de não permanecer ali já me aliviava um pouco. Me joguei no mundo para esquecer de mim. Pelo menos por um tempo. Nesse momento encontro-me no alto de um prédio procurando, quem sabe, um ponto final para empregar por aqui.