Livro de Esquecimentos (ou algo parecido)...

    QuisAfogar o silêncio da sua almalendo um livro qualquer, em um lugar qualquer, naquela tarde. Tentava se livrarda sua raiva, tentando sumir entre algumas páginas. Escrevia e sua letra estavahorrível. Algo que não é novidade. Olhava ao redor e não via nada além de simesmo. Estava em silêncio, conversando com o nada, procurando respostas para oque acontece dentro "da sua casa". Vida de merda que o irrita aindamais nesse momento. Não conseguia rir, não conseguiachorar, não conseguia fazer nada. Eradesejo, não só dele, dar um passo maior no tempo, mesmo sabendo que ainda épreciso esperar. Passar anos como se fosse uma tarde. Mariana sabe (muito maisdo que eu). 

     Sabe quetem motivos para sorrir. Os atribui a pessoas que sabe que não podem (e/ou àsvezes nem devem) estar por perto. Atribui também ao único garoto que o fazsorrir com um abraço e que mesmo não estando aqui, o faz sentir bem (algo tipo:"que o deixa completo", mas isso é clichê demais). Provavelmente sãoeles que dão força para sorrir, mesmo quando o resto diz o contrário.

  Escrever para não guardar coisas ruins dentro de si mesmo, pois alguém um diadisse que tem a sensação de estar abraçando palavras... Quero que esse abraçoseja apenas de palavras boas. 

     Parece ser uminútil. Não há significado de amor dentro de casa. Quer dar o que parece nuncater recebido de algumas pessoas que deveria estar ali o tempo todo. Agora não éo momento de reclamar. O problema não está aqui, no presente, pois eleprovavelmente deve estar em algumas décadas atrás. Não. Não tentem mudar algoque se concretizou sozinho e é mais um ponto para se observar. Desculpem-me,mas não é assim. Preciso respirar, distante daqui. 

   Era uma sensação dealívio estar, de certa forma, ali. Em alguns momentos parecia não estar.Pensava apenas em deitar na grama e deixar o tempo passar, pelo menos naquelatarde, até as primeiras estrelas aparecerem no céu.

"Chora, pois a chuva de agora
Vai molhar as suas rosas
E a tristeza vai ter fim
É hora, acabou a tempestade pra chegar
A claridade do amor."

Ana Carolina - Claridade.