segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Histórias de um sub-consciente adormecido.

  Ainda nem estava claro quando acordou. Seguiu sua rotina exaustiva como todos os dias de manhã, desde o começo daquele ano. Tudo funcionava de maneira automática, que de certa forma concordava e aceitava em ser assim. Correu para a cozinha, seu café ainda nem estava pronto, quando olhou para o relógio. "Olha só" pensou ele, pois já eram 05:50 AM. Tomou seu café correndo e partiu em disparada para pegar o ônibus, pois se pegar o das 6h é capaz que vá sentado até lá.
  Senta-se em seu lugar e cai de cabeça em seus estudos. Nesse curto espaço de tempo que passa na escola, é incrível e admirável essa sua capacidade de sentir todo tipo de sensação. Ele seguia sua rotina perene, como todos os dias da sua vida. Era sempre o mesmo caminho, as mesmas sensações, os mesmos sentimento pela mesma pessoa e que se diga de passagem, gostava se sentir-se assim. O que poderia fazer. Expressar aquele amor de forma triste era praticamente um direito dele. E foi querendo expressar esse amor, que resolveu voltar a todos os lugares de que tinha lembranças de quem ele ainda chama de "Um amor pra vida inteira"
  Era ali, não o mais importante, mas o único que de fato teve coragem de ir. É um ponto de paz, um lugar para pensar e ver as nuvens passarem. Geralmente espera que esteja vazia, pois ele considero (de nesse ponto eu concordo) que se começar a rir ou chorar do nada, seria meio que constrangedor com pessoas em volta. Não estava vazia. havia alguém lá. E esse alguém era o tal de "Um amor pra vida inteira". 
  Suas pernas começaram a tremer muito e não conseguindo se segurar, sentou-se ao seu lado. Durante um tempo, pude sentir o seco silêncio que se estabeleceu entre eles.
- Desejei que viesse - Disse o amor, de tal forma que as palavras saíram despercebidamente.
- Eu também desejei a mesma coisa. - Respondeu com um sussurro, pois já estava com o coração na mão. - Eu te amo, te amo muito mesmo e me desculpa por nunca ter dito isso dessa forma.
- Eu também te amo. - Agora com lágrimas em ambos os rostos.
- Posso te dar aquele abraço que mandei por mensagem pelo seu aniversário? 
- Claro que sim.
E lá se vão minutos e minutos com apenas aquele abraço. Naquele momento, percebi que ambos não precisavam de palavras. Tudo o que precisavam dizer estava naquele abraço e futuramente no beijo que pedirá mais adiante. Depois de mais alguns minutos, perguntou-lhe:
- Posso te fazer feliz? Prometo que não decepcionarei mais e que farei de tudo para te fazer sorrir todas as manhãs que acordarmos juntos... - Nesse momento as palavras eram facultativas ao que ele nunca deixou de chamar de "Um amor pra vida inteira". Seus rostos foram se aproximando cada vez mais, de forma devagar e singela, como deveria ser, como ambos queriam. 
  De alguma forma tudo se apagou. Não chegara nem a tocar seus lábios naquele momento. Era o despertador avisando que mais um dia de tristezas iniciava-se. Resistiu demais até abrir os olhos e perceber que nada foi real. Ao levantar-se, não se lembrava muito do que tinha sonhado a noite passada, mas sabia o que era mais importante: Sonhou mais uma vez com você.